Intérprete de Libras: vale a pena contratar?

07/05/2021

Você quer saber se vale a pena realmente contratar um intérprete de libras? Bem, o Brasil possui cerca de dez milhões de pessoas com níveis diferentes de surdez. A deficiência auditiva atinge, hoje, 46% de mulheres e 56% homens, segundo pesquisa do Instituto Locomotiva. Quanto à faixa etária, um pouco mais da metade das pessoas surdas (57%), no Brasil, possui 60 anos ou mais de idade.

Dessa totalidade, a pesquisa também identificou que 9% já nasceu com algum grau de surdez e 91% adquiriu ao longo da vida. Já entre os níveis da deficiência, quase três milhões, do total, são completamente surdos, ou seja, 30% da comunidade surda no país não consegue ouvir nenhum ruído. Já este grupo, por sua vez, tem uma parcela de 15% de surdos que nasceram com deficiência auditiva surdez total.

Isso significa que cerca de 450 mil pessoas não são oralizadas e dependem única e exclusivamente da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS) para se comunicar. Por isso, enfrentam muito mais dificuldade e sofrem maior exclusão social, posto que a Língua de Sinais não é de conhecimento da maioria dos ouvintes. Em função disso, pessoas surdas engrossam o grupo de excluídos sociais em várias esferas, inclusive no mercado de trabalho.

Para reverter ou minimizar essa situação, como medida de promoção da inclusão e garantia dos direitos humanos à pessoa com deficiência, a Lei Brasileira de Inclusão exige que as empresas com 100 ou mais funcionários formais, possuam de 2 a 5% de pessoas com deficiência em seu quadro de colaboradores.

Isso requer da empresa a adoção de uma política verdadeiramente inclusiva, transformando o espaço e a cultura da organização em uma versão que permita o pleno desempenho da pessoa surda (e outras pessoas com deficiência) em sua jornada de trabalho.

Se a sua empresa pretende contratar pessoas surdas, muitas dúvidas devem surgir: como tornar minha empresa inclusiva para estes funcionários? Devo contratar intérpretes de Libras? Que outras alternativas posso utilizar? 

Se essas questões ainda pairam sobre sua cabeça, não se preocupe! Neste artigo, vamos apresentar as vantagens e desvantagens da contratação direta de um intérprete de Libras e quais alternativas já existem no mercado para suprir essa demanda, garantindo a comunicação entre surdos e ouvintes.

Panorama do mercado de intérpretes de Libras

Criada ainda no Brasil Império por meio do Instituto Nacional de Educação de Surdos – INES. A popularização da Língua Brasileira de Sinais não tem sido fácil. Para se ter ideia, só em 2002 ela foi reconhecida como meio de comunicação das pessoas surdas..

Além do reconhecimento e da institucionalização da Libras, outras diretrizes foram criadas para reforçar sua importância e popularização, no entanto, ela segue sendo desconhecida por boa parte da população ouvinte.

Em função da pouca difusão da Libras entre os ouvintes, surgiu a necessidade de profissionais ouvintes que dominassem a língua dos sinais para intermediar a comunicação entre surdos e ouvintes: os intérpretes de libras.

Este profissional é responsável por traduzir em Libras o que está sendo dito por um ouvinte para a pessoa surda e vice versa. É comum ver esses profissionais em propagandas institucionais, eleitorais, como em eventos corporativos e outras ocasiões. Em 2010, a profissão foi regulamentada e hoje existem cursos técnicos e de graduação a respeito. Uma conquista para a população surda, sem dúvida.

Quando devo contratar um intérprete de Libras?

Oferecer instrumentos para que a pessoa surda possa se comunicar é uma obrigação da organização, determinada em lei. Diante disso, cabe avaliar e adotar a tecnologia assistiva que mais cabe à situação. 

Cabe ressaltar que estamos aqui considerando o intérprete como uma tecnologia assistiva, uma vez que o conceito refere-se não só a dispositivos técnicos como também a serviços, metodologias, estratégias e práticas. Assim, podemos incluir o intérprete como uma estratégia ou serviço ofertado à pessoa surda.

Apesar de importante para o avanço na popularização da língua de sinais, o profissional pode ter um custo alto para a empresa, ainda mais se ela possuir em seu quadro mais de uma pessoa surda que atue em setores diferentes.

Isto porque, o intérprete deverá acompanhar a pessoa surda nas atividades coletivas para que ela consiga se comunicar com os demais funcionários em todas as situações, o que impossibilita, por exemplo, que um só intérprete dê conta de acompanhar 2 ou mais surdos com eficácia.

Em função disso, recomenda-se a contratação deste profissional em eventos de maior escala com participação externa onde possam ter outras pessoas surdas presentes na plateia, por exemplo. Mas, para a rotina de uma organização, que cumpre o mínimo de 5% de pessoas surdas em sua equipe, torna-se oneroso ou insuficiente.

Central de intérpretes de Libras: como funciona?

Uma alternativa à contratação direta de intérpretes na empresa é a terceirização do serviço com a adoção de uma central de intérpretes. Uma iniciativa que não desvaloriza o papel do profissional e dá mais dinamismo ao processo de interpretação por meio de tecnologias digitais.

Uma central de intérpretes funciona, então, com a interpretação em tempo real, por meio de vídeo-chamada, para estabelecer a comunicação entre ouvintes e surdos na organização. Ideal para promover a plena inclusão de funcionários surdos na jornada profissional, dando-lhes mais autonomia e segurança para realizar seu trabalho.

A possibilidade da central mostra-se também bem versátil, uma vez que pode ser acessada por celular, computadores e tablets, permitindo assim maior mobilidade e flexibilidade do surdo pela empresa e em eventos fora da organização.

Assim, a ferramenta é ideal tanto para empresas que possuem funcionários surdos como também no atendimento de clientes surdos, em consultórios médicos, lojas de bens de consumo, entre outros.

Em resumo, vimos a importância que o intérprete de Libras tem hoje na difusão da língua e na política de inclusão social nas empresas, porém, a depender do modelo de negócio, contratar um profissional direto pode se tornar oneroso e insuficiente para a empresa. Por isso, existem soluções no mercado que dinamizam o processo de interpretação de libras, sem preterir a função fundamental do intérprete. 

Pelo contrário, ela otimiza o trabalho deste profissional ao permitir que ele possa se conectar com o surdo a partir de um dispositivo móvel, o que dá também mais flexibilidade ao seu trabalho que pode ser executado do escritório da central. Uma iniciativa que beneficia o profissional, a pessoa surda e a empresa.

Gostou desse artigo? Saiba se sua empresa realmente é inclusiva, se não, o que fazer para começar a ser:

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