Covid-19: SP iniciará imunização de pessoas com deficiência

Covid-19: SP iniciará imunização de pessoas com deficiência

O governo de São Paulo anunciou para a próxima semana o início da vacinação contra a Covid-19 em pessoas com deficiência entre 55 e 59 anos, medida que, segundo dados do programa de Benefício de Prestação Continuada (BPC), deverá contemplar cerca de 30 mil indivíduos no estado. A imunização para esse grupo começa em 11 de maio, próxima terça-feira, mesmo dia em que será iniciada a vacinação de gestantes e das mães com comorbidades acima de 18 anos que deram à luz recentemente. Já no dia seguinte, será a vez de cidadãos entre 55 e 59 anos que possuam comorbidades. Para tomar a primeira dose do imunizante contra a Covid-19, as pessoas com deficiência permanente que fazem uso do BPC devem apresentar o comprovante de recebimento do benefício.

Durante a coletiva de imprensa em que foram divulgadas as datas de vacinação desses novos grupos, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, também fez um apanhado dos dados da doença, que já matou 98.710 indivíduos no estado. Atualmente, a taxa de ocupação das UTIs no estado é de 78,3% e, na Grande SP, de 76,4%. A média diária de casos aumentou 2,5% nesta semana, passando de 12.573 para 12.887, e as internações caíram 0,2%, de 2.243 para 2.239. Já a média diária de mortes passou de 636 para 632, queda de 1,3%.

PL que modificaria Lei de Cotas cai por pressão de pessoas com deficiência

PL que modificaria Lei de Cotas cai por pressão de pessoas com deficiência

Após receber uma enxurrada de críticas por ameaçar a empregabilidade da população com deficiência, o Projeto de Lei 1.052/2020, de autoria do Senador Vanderlan Cardoso (PSD/GO), foi retirado da pauta da casa na última terça-feira (27/04). O PL visava alterar a Lei de Cotas (nº 8.213/1991) “para permitir a contratação dos pais de menores com deficiência, assim como de seus responsáveis legais, quando não houvesse, no município da prestação dos serviços, pessoas com deficiência habilitadas para a admissão nos moldes do referido dispositivo legal”. Aparentemente, a proposta havia sido apresentada por pressão da classe empresarial, sob o argumento da dificuldade em contratar profissionais com deficiência, sobretudo para funções operacionais “mais pesadas” –alegação que escancara o desconhecimento a respeito desse público, muitas vezes sem nenhum comprometimento físico.

A retirada do PL 1.052/2020 da agenda do Senado ocorreu devido à ampla e intensa pressão do segmento de pessoas com deficiência, que chamou a atenção para o fato de a medida ir claramente contra a inclusão no mercado de trabalho, além de violar a Convenção da ONU sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Lei Brasileira de Inclusão. “Nossos esforços valeram a pena. Foi retirado de pauta o PL 1.052/2020, que trazia sérias ameaças à Lei de Cotas para pessoas com deficiência nas empresas. Agradeço ao senador Vanderlan Cardoso, autor da proposta, por sua sensibilidade aos apelos do movimento inclusivo”, divulgou a Senadora em suas redes sociais. Mais informações aqui.

Pandemia cobra um preço alto dos cuidadores: saúde mental

Pandemia cobra um preço alto dos cuidadores: saúde mental

A pandemia de coronavírus causou impactos significativos na vida dos cuidadores não profissionais, ou seja, pessoas que mantêm algum vínculo afetivo com quem está sendo assistido e que não tem necessariamente formação na área nem remuneração. A informação deriva do “Índice de Bem-Estar do Cuidador não Profissional de 2020”, publicado pelo Embracing CarersTM, programa global apoiado pela farmacêutica alemã Merck. Baseado em uma pesquisa com nove mil cuidadores não profissionais de doze países –entre eles EUA, Canadá, Reino Unido, França, Alemanha, Itália, Espanha e Brasil—, o índice mostra que para 64% deles a pandemia tornou mais difícil esse papel; no Brasil, o número sobe para 68%. Entre os fatores que contribuem para o quadro estão a piora da situação financeira (54%) e cansaço excessivo (76%). Além disso, 57% dos entrevistados afirmam que com as incertezas e o medo provocados pela Covid-19, vem sendo demandado maior suporte emocional; e os brasileiros são uns dos que mais sofrem com essa pressão (65%), ficando atrás apenas dos cuidadores da Índia e da China. As habilidades também tiveram que mudar nesse período, já que 68% das pessoas consultadas buscaram mais orientação e treinamento sobre como usar a telemedicina, ferramentas online e aplicativos móveis para manter os cuidados de saúde em dia. E, claro, tudo isso teve um impacto direto na quantidade de horas “trabalhadas”, que chegaram a aumentar em 46% durante o pico da pandemia. Para mais informações, clique aqui

MEC lança cartilha com orientações para estudantes com deficiência auditiva

MEC lança cartilha com orientações para estudantes com deficiência auditiva

A Secretaria de Modalidades Especiais (SEMESP) do Ministério da Educação (MEC) lançou a Cartilha de Orientações Volta às Aulas de Estudantes Surdos na Educação Básica. Com ações para aprimorar o atendimento de estudantes com deficiência auditiva sinalizantes, surdos, surdocegos, surdos com altas habilidades/superdotação e surdos com deficiências associadas, a publicação apresenta cuidados importantes no retorno das atividades escolares e atendimento educacional especializado presenciais. A cartilha aborda desde o uso de máscaras para estudantes surdos (já que as expressões faciais são tão importantes para uma comunicação afetiva e as máscaras comuns podem atrapalhar a visualização) até a disposição das salas de aula e capacitação dos profissionais. O documento elenca ainda importantes cuidados a serem tomados para se prevenir o vírus. Clique aqui para acessar a cartilha na íntegra.

Nova tecnologia para rastrear sinais de autismo

Nova tecnologia para rastrear sinais de autismo

O diagnóstico do transtorno do espectro autista (TEA) pode ser muito mais complicado do que se imagina. Isso porque as causas determinantes do quadro são múltiplas, e o grau de comprometimento da comunicação e da relação social,  bastante variáveis. E, ao postergar o início do tratamento, compromete-se não só o desenvolvimento e as habilidades do indivíduo, bem como a sua qualidade de vida e de quem está ao seu redor.

Com o objetivo de entender as dificuldades globais do problema e auxiliar uma parcela de autistas que permanecem na invisibilidade, a psicóloga Andressa Roveda e o empreendedor Leandro Mattos, da startup catarinense CogniSigns, desenvolveram uma ferramenta que ajuda a detectar sinais desse transtorno em crianças, adolescentes e adultos. “É importante destacar que não se trata de um diagnóstico, mas sim de uma triagem digital rápida, inteligente e de baixo custo, capaz de alertar o usuário caso existam comportamentos que sugiram TEA. Com esse sinal, a pessoa passa a ter consciência de que precisa buscar ajuda de um profissional de saúde habilitado. E os dados dessa triagem podem servir como instrumento de apoio para médicos durante o diagnóstico e tratamento”, explica Roveda.

Mas, afinal, como funciona?

A primeira etapa, gratuita, é realizada pela assistente virtual V.E.R.A. (Virtual Empathic Robot Assistant). A pessoa a ser analisada e seu acompanhante conversam com a assistente digital via smartphone, tablet ou computador, como em uma rede social, e respondem a um questionário. As perguntas –que constam de protocolos de saúde aplicados pela comunidade médica global— abordam desde a insistência em manter uma mesma rotina e o grau de interação com outros indivíduos até reações quando desejos e expectativas não se cumprem. Já a segunda etapa, cujo valor pode variar de acordo com o cliente (pessoa física ou jurídica), emprega a “visão computacional”, que atua em captura, classificação e compreensão de imagens, convertendo-as em dados. Na prática, basta posicionar o paciente em frente a um computador, tablet ou smartphone com câmera, clicar no botão “iniciar” e pedir que ele veja um vídeo. Enquanto isso, é feito um rastreamento ocular, parecido com a observação que o profissional de saúde realizaria durante esse tipo de exame.

Participante da atual edição do programa de aceleração da Samsung, Creative Startups, a CogniSigns vem investindo em aprimorar cada vez mais a V.E.R.A. para detecção facial. “Em breve, disponibilizaremos uma nova versão para saúde mental (estresse, ansiedade e depressão). Também estamos ampliando nossos estudos para aplicação em dislexia, transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH), entre outros”, conta Roveda.

ONU aponta “boom” das tecnologias assistivas na última década

ONU aponta “boom” das tecnologias assistivas na última década

Segundo relatório sobre as tendências tecnológicas da Organização Mundial da Propriedade Intelectual (OMPI) –uma agência da ONU—, cerca de 1 bilhão de pessoas depende atualmente de tecnologias assistivas, um número que deve dobrar na próxima década, à medida que a população envelhece. E esses recursos, destinados a atenuar situações de deficiência relacionadas a limitações motoras, visuais e auditivas, entre outras, passam hoje por um enorme desenvolvimento. O documento da ONU identificou mais de 130.000 registros de patentes relacionadas a tecnologias assistivas convencionais e emergentes entre 1998 e meados de 2020, de assistentes robóticos e aplicativos domésticos inteligentes a soluções para pessoas com deficiência visual. Já os projetos no campo da “tecnologia assistiva emergente” aumentaram três vezes mais rápido (17% entre 2013 e 2017) do que os da “convencional”, que traz melhorias para os ítens já bem estabelecidos no mercado, como assentos para cadeiras de rodas, rodas ajustadas para diferentes espaços, alarmes e dispositivos em braille.

O estudo revela ainda que China, Estados Unidos, Alemanha, Japão e Coreia do Sul são os cinco países que geram mais inovação nesse segmento, e que universidades e organizações públicas de pesquisa ocupam um lugar de destaque no acervo de dados sobre essas tecnologias. É, no entanto, o setor privado que está na linha de frente nessa área, com as empresas especializadas na área liderando o caminho.

Enquanto isso, a convergência entre produtos eletrônicos de consumo e equipamentos de apoio leva a uma comercialização ainda maior dessas soluções. “As pessoas com deficiência se apoiam há muito tempo nas novas tecnologias para ganhar independência e interagir melhor com seu entorno”, destaca no relatório o diretor-geral da OMPI, o singapurense Daren Tang. Leia a matéria na íntegra aqui.

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